Aceitação e Amor Próprio: Um grande desafio.

by - junho 07, 2020



Olá Queridos, tudo bem?

Eu sei que as vezes eu sumo e desapareço, e depois simplesmente volto como se nada tivesse acontecido, mas é que essa quarentena tem bloqueado meu neurônio criativo e fica muito mais difícil escrever algo interessante.

E hoje mais uma vez eu trago um texto sobre superar obstáculos e descobrir novas maneiras de ver a vida. Que esse blog é mais um diário do que qualquer outra coisa todo mundo já sabe. Aqui eu compartilho as coisas ruins, as coisas boas, as realizações de sonhos que eu pude alcançar, o que eu gosto e o que eu acho válido ser dito.

E dessa vez não será diferente!

Em tempos de quarentena, ficar isolado, ficar entediado, ficar ansioso, tudo no final a gente desconta na comida. E para mim não tem sido nada diferente. Eu engordei aproximadamente uns 7kg nessa quarentena já. Mesmo com o horário de dormir e me alimentar estando irregular. Eu tenho dormido mais e me alimentado menos. Mas como mais num curto período de tempo do que se estivesse comendo normalmente nos horários certos. E sempre quando bate aquela ansiedade ou TPM, eu entro em necessidade de açúcar e vou atrás de doces e chocolates.

Eu sempre tive muitos problemas com o meu peso e o meu corpo.

Ontem, assistindo um IGTV da Rafa Brites (jornalista e apresentadora), ela disse sobre como a obsessão dos meninos que estudavam com ela quando ela era mais nova a fizeram ter vergonha de transparecer a bunda dela, e como ela se manteve num peso muito abaixo do correto para a idade e altura dela, só para que sua bunda não ficasse sempre em evidência, o que ela caracterizava por vulgarizar o corpo dela já que ela sempre se viu assediada desde muito nova por causa da bunda avantajada.

Lembrei que comigo não foi diferente. Eu comecei a tomar anticoncepcionais desde os meus 13 anos - quando estava no 9º ano -, durante as férias de meio do ano. Quando voltei para a escola depois daquele recesso, eu estava pelo menos 10kg mais gorda do que estava antes de sair de férias. Com todo um corpo avantajado e seios muito grandes, chegava até a estrinchar a costura do uniforme da escola que já não cabia mais em mim. Eu ouvia piadinhas sobre tudo, até mesmo sobre eu ter perdido minha virgindade naquele recesso, que seria o principal motivo de eu ter criado corpo tão rápido daquele jeito. Gente, eu tinha 13 anos.

Eu só ia de casaco para a escola, e como era um casaco muito maior que eu, ele meio que escondia o que eu não queria mais mostrar: o meu corpo. Tem até uma foto de toda a turma reunida, e eu era a única de casaco.

Depois disso, eu me formei e fui para o ensino médio, em outro colégio. No ensino médio eu estudava integralmente num colégio de normalistas (usava aqueles uniformes de Instituto, com saia, blusa social e a meia 3/4). Eu vestia tamanho 46 e G. Como naquele colégio o regime não permitia sair da escola, as refeições eram todas as servidas pela a escola. Depois de um episódio em que uma das alunas achou bicho de comida podre na comida da escola, eu me recusei a almoçar lá.

Eu passei a me recusar a levar comida para a escola e ficar o dia todo sem comer, simplesmente porque algo na minha cabeça dizia que eu precisava emagrecer. Eu nunca cheguei a tratar isso, e até porque isso começou a me favorecer. Eu estava emagrecendo e não estava sofrendo tanto por sentir fome. Eu fazia uma refeição por dia, que era a janta, quando eu chegava em casa do colégio.

Eu emagreci muito naquele ano. A saia 46 do colégio já não cabia mais em mim e cabia até uma outra pessoa dentro da saia. E a partir daquele momento eu emagreci cada vez mais, gradativamente, e voltei minha alimentação normal no ano seguinte, quando optei por sair do colégio integral, fui para um de meio período e continuei a manter minha alimentação de forma descente. Até mesmo comecei a namorar, então isso me cobrou a me manter saudável e vaidosa comigo mesma.

Em 2015, quando fui morar com meu pai, pesava um pouco menos de 50kg e já chegava a vestir tamanho 36. Foi um marco pessoal conseguir mudar tanto e emagrecer tanto naquele ano. Mas eu não estava saudável como achei que estivesse.

Quando voltei a morar com minha mãe em 2016 e os problemas começaram, minha compulsividade por comida também voltou. Eu havia brigado com minha madrasta e meu pai, e tinha voltado a morar com minha mãe por conta disso. Eu estava frustrada e chateada com inúmeras coisas que haviam acontecido naquele ano de 2015, e foi um gatilho para que eu ficasse muito mal emocionalmente, o que me fez voltar a descontar na comida como sempre fiz.

Sem contar que desde sempre fui chamada de vulgar por conta dos seios avantajados que não me permitem usar qualquer roupa, principalmente os croppeds que eu tanto gosto.

E desde então eu tenho estado no efeito sanfona da ansiedade. Quando eu to bem eu como normalmente, mas quando eu to mal (como tenho estado desde que meus transtornos de ansiedade e pânico começaram) eu oscilo entre comer demais e comer de menos.

E agora na quarentena não tem sido diferente. Tem sido bem frustrante me olhar no espelho e me ver gorda. Eu me olho no espelho e não me vejo cabendo nas minhas roupas e me sinto insuficientemente bonita. Eu acho que tudo na minha mente se tornou a estética, e se eu não me sinto bonita eu não me sinto bem comigo mesma, e também ao contrário.

E logo numa atualidade em que se fala sobre amar a si própria e aceitar o próprio corpo sem as imposições de perfeição estética do resto do mundo, eu me sinto envergonhada de não conseguir absorver essas coisas boas pelas quais as criadoras de conteúdo sempre falam. Tudo bem que muitas delas são lindas, mas eu tenho um neurônio a menos que não me permite me sentir bonita com o que eu tenho. Acho que ele pode ter queimado no meio dos outros afetados.

E pra completar, eu odeio academia, e temo fazer esses tipos de exercícios por conta do problema na coluna - tenho insuficiência de colágeno nos discos que compõem a coluna cervical -. Eu fazia fisioterapias a algum tempo por isso, e até mesmo tentei fazer dança - que eu amo -, mas tinha dias de acordar chorando de tanta dor nas costas e nas pernas devido esse problema. Os exercícios sugeridos pelo fisioterapeuta é pilates, mas isso não vai me emagrecer e me tornar a grande gostosa dos sonhos.

E até eu descobrir o que eu posso fazer para conseguir ter o corpo estético dos sonhos, eu vou levando a minha vida e principalmente tentando tratar a compulsão alimentar que eu tenho de forma correta com ajuda terapêutica e médica devida.

E você, o que faz para se manter esteticamente bem consigo mesmo? Vou gostar de saber relatos de outras pessoas que podem ou não passar pelos mesmos problemas que eu e seus métodos adotados.

Um beijo da Jubs, e até a próxima!






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2 comentários

  1. esses dias minha mãe comentou que engordei e desde então eu estou louca querendo emagrecer de volta, e eu nem sei porque quero isso

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    1. A estética está introduzida na nossa cabeça mesmo que inconscientemente. Quando a gente se sente finalmente bem, parece bem mais difícil manter do que chegar ao objetivo principal.

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