Quem disse que amizade tóxica não existe?

by - março 02, 2020

Imagem: Google


Olá Queridos, tudo bem?

Eu sei que estou sumida, mas eu venho passando por muitas coisas e estudando outras para poder me expressar melhor nesse site.

Se eu comi o pão que o diabo amassou ultimamente? Isso é claro, sempre que eu me permito ser burra a esse ponto, inclusive.

Eu venho superando coisas que para mim ainda são difíceis de falar. Mas quem me acompanha no Twitter sabe que eu tenho muitas coisas a desabafar e essa será uma delas.

Eu vou falar sobre amizades tóxicas sim, porque não existe só Chernoboy, existe Chernofriends*  também - e não desmerecendo as girls tóxicas, eu ainda estou avaliando sobre isso -. Mas não da forma como todo mundo faz tipo "zilhões de sinais de que seu amigo está sendo tóxico", não. Eu vou falar de amizade tóxica da melhor forma possível: pelo o que eu vivi.

Passei anos confiando em pessoas porque eu vivia uma vida extremamente fragilizada, de não saber como lidar com meus problemas e sempre precisar estar rodeada de pessoas que pudessem me ajudar sobre o que eu estava passando.

Eu deveria ter sentido que amizades não eram para mim desde que fui expulsa de um grupinho na escola pela justa causa de que "o ano se passaria e eu sairia da escola mesmo". Sim, eu estudei cada ano da minha vida numa escola diferente, o que me impossibilitou ao máximo fazer amizade e mantê-las.

Minhas amizades se resumiram a familiares próximos de mim e - me julguem - amizades virtuais. Eu passei por anos tendo uma única amiga que morava em outro estado e que eu nunca tive a oportunidade de conhecer. E eu vou falar sobre isso porque eu nunca vou estar isenta de receber xingamentos da parte dela como recebi por tantos anos. Eu vi e revi os bons bocados que ela passou por problemas pessoais, tentei ajudar da melhor forma possível, me fazendo disponível sempre que ela precisava conversar, e não havia mais o que eu fazer ao meu alcance.

Mas assim como ela passou por bons e maus bocados, os meus começaram a surgir também. Eu tinha problemas com meus pais, com meu irmão, com minha falta de perspectiva na vida, com as pessoas ao meu redor, e no final eu só acumulei tudo. Não diminuo o que essa pessoa passou, mas também não mereci ser diminuída quando eu precisei.

Eu recebi um "não posso lidar com você porque eu já sou estragada" quando eu me abri sobre o que tava começando a acontecer comigo. Ficamos sem nos falar por meses até ela dar o primeiro passo e vir conversar comigo. Eu, só me limitei a dizer "senti sua falta, e você não precisava lidar com meus problemas", não esperando reciprocidade da parte dela em nenhum momento.

Da segunda vez que brigamos, foi a mesma coisa. E eu deixava ela sempre dar o primeiro passo e vir falar comigo simplesmente porque eu não queria incomodar ninguém com meus problemas. Mas recebi um "eu to cansada de sempre dar o primeiro passo e essa é a última vez", mesmo quando eu não dava o braço a torcer por medo de ser julgada. Um adendo, eu sempre me afastava porque ela me atacava pelos motivos mais bestas do mundo e sempre criticou meu posicionamento sobre tudo, como se ela quisesse sempre estar certa e quisesse que eu fosse alguém que só concordasse.

No final, quem sumiu e quem não quis mais procurar fui eu.

Partindo para a segunda amizade, era alguém que eu tinha quando eu não tinha ela, ou quando não tinha ninguém. Era mais próxima de mim em questões físicas.

Eu contei tudo. Absolutamente tudo. Meus problemas? Ela sabia antes mesmo de eu concluir. Sinto que ela guardou tudo o que eu disse em anos numa pasta arquivada na cabeça dela para depois usar tudo contra mim da forma que usou no final. Eu ouvi coisas das quais parte da minha auto estima se fez tornar negativa e atualmente impossível de resgatar. Meus problemas viraram meus medos e isso se tornou psicológico num nível extremo. Eu digo que minha mente se virou contra mim e projetou coisas sobre como eu me sentia sobre mim mesmo de uma forma ruim. Mas tenho quase certeza de que isso foi plantado para chegar no nível que eu cheguei atualmente, no auge dos meus transtornos de pânico e ansiedade. E eu comecei a ter pânico de mim, e não dessa pessoa.

Por fim, as inúmeras pessoas que se aproximaram de mim com segundas intenções e depois fizeram minha caveira. Quando eu só precisava de um amigo, como eu sempre precisei. Não duraram, obviamente. Porque se você não consegue o que quer, você simplesmente vai embora tão rápido quanto chegou.

Cheguei a um patamar atual em que me afastei de amigos, pessoas que eu achava serem meus amigos, e pessoas que também foram meus amigos por anos. Ficando sem ninguém. Assim como quado a gente morre. Morre sozinho.

Meus amigos - os que são de longa data, cresceram comigo, ou que convivem comigo durante o passar dos meus dias -, só servem agora para quando eu preciso sair e me divertir, ou vê-los porque é rotina. Eu não consigo fazer o esforço de manter uma amizade porque não quero me sentir machucada depois. Além de não os procurar e não ter com quem desabafar, eu prefiro sentir que não estou incomodando ninguém com meus problemas, nem que eles vão me atacar com eles depois. Sem contar que cada um tem sua vida e seus problemas e apenas eu sou obrigada a lidar com os meus.

Mas o que eu quero dizer com isso? Não adianta se doar pelas pessoas que não tem nada a acrescentar na sua vida. Ser egoísta e priorizar a própria vida não ta errado, porque ninguém vai querer saber dos seus problemas tendo os próprios. Eu me doei demais por pessoas que não quiseram estender a mão para mim e só serviram de gatilho para piorar os meus problemas.

Eu não ataco ninguém, sei que cada um tem seus motivos. Mas não precisa fingir que se importa quando você não se importa. Não precisa estar presente só por estar presente. E muito menos atacar alguém por não se sentir suficiente.

Eu nunca mais vou conseguir fazer amizades como antes por ter me doado demais e não recebido nada em troca. Principalmente apoio, que é o que eu mais preciso. Eu sempre vou sentir que incomodo e que ninguém gosta de mim porque pareço ser problemática.

E no fim, eu nunca vou cobrar de ninguém quando na verdade eu só preciso de mim mesma.

Um beijo da Jubs, e até a próxima.




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