Precisamos falar sobre a real trama de Coringa...

by - outubro 07, 2019



Foto: Google

Olá Queridos, tudo bem?

O filme de Coringa lançou essa semana, e curiosa como sou fui conferir o tão esperado filme de 2019. Mas uma coisa me chamou a atenção: as críticas que estão sendo feitas sobre o filme e a trama que o envolve.

O texto a seguir é uma opinião minha. Não estou embasando a minha crítica do filme em quaisquer outra. Se você não partilhar da mesma opinião que a minha, não precisa se estressar. Apenas bola pra frente!

Quero começar dizendo que pra mim - com informações contidas na versão retratada do filme -, o Coringa é mais um vilão que só se torna vilão por reflexos da própria sociedade em que vive.

Seus problemas são coniventes dos tapas na cara que a vida dá durante toda a trama. Só que o Coringa é refém de uma doença mental causado por um trauma de infância. Então sua percepção de vida e de lidar com as coisas é diferente.

É totalmente entendível que seu objetivo se torne chamar atenção diante a sua vida toda sendo humilhado pelas pessoas diferentes dele. E trazendo isso para o mundo real - e é bem possível fazer semelhança com o mundo real e a sociedade atual -,  as pessoas optam por diferentes formas de reagir a doenças mentais e a sociedade opressora.

No caso do Coringa, sua maneira de lidar com seus traumas é matar e ele sente prazer nisso. É bem marcante pra mim a frase "espero que minha morte faça mais sentido que minha vida", presente em quase todo o filme. O sentido que essa frase me trás diante da escolha dele de matar uma pessoa é que: 

1. Coringa sofre de depressão, e a depressão faz com que as pessoas sintam-se menos vivas (embora respirem), e que viver seja apenas uma consequência de não ter coragem para se matar. Embora ele seja um sociopata, há alguma coisa ainda pela qual Coringa continue sua vida mesmo que o suicídio seja uma opção.

2. Coringa resolve que se suicidar não é uma opção, ele pode "aniquilar" a sociedade para que não haja ninguém melhor do que ele. Então seu objetivo se torna ser visível e "influente" (já que as pessoas passam a concordar com o método dele a partir do momento em que são chamados de "palhaços inferiores" por um candidato a prefeitura de Gotham), e ele faz com que o resto de vida dele faça sentido para a sociedade. Ele se torna uma pessoa influente porque há ainda mais pessoas na mesma situação que ele.

Então os crimes que ele comete se tornam "fazer justiça" diante uma sociedade opressora.

É completamente compreensível que ele escolha esse caminho. Um pessoa com doença mental - mas que tem condições de viver perfeitamente - resolve que a vingança é a melhor forma de se resolver os problemas, e que pessoas precisam morrer para dar valor a ele.

E é exatamente a partir disso que ele conclui em uma piada, já que ele é o Joker  (piadista, em inglês): "sabe o que dá quando você junta um doente mental e uma sociedade caótica e opressora?" e ele dá um tiro em um apresentador de TV em rede nacional.

É a isso que as pessoas tem de se atentar. A depressão como mal do século é apenas reflexo da sociedade opressora em que nos vivemos. As pessoas cobram das outras como se a fosse a vida delas. Enquanto que a auto cobrança já é um problema do qual temos que lidar. Coringa reproduz a seguinte frase: "a pior parte de ter uma doença mental é que as pessoas esperam que você se comporte como se não tivesse", e é a mais pura verdade. As pessoas não estão preocupadas se você já tem um problema com o qual lidar. Elas simplesmente são grosseiras e ignorantes e só visam o próprio umbigo.

Coringa não saiu em uma semana melhor! Logo após o mês do Setembro Amarelo, quando as pessoas são hipócritas e dizem que tem que salvar umas as outras mas não fazem nada para mudar a realidade das pessoas que sofrem de depressão, ansiedade, pânico, esquizofrenia, etc. E quando o mês acaba, elas continuam a bater na tecla de que doença mental é frescura e falta do que fazer.

Terapia. É isso que todo mundo precisa. Porque não vai demorar muito tempo pra sociedade chegar ao caos total. E porque pessoas na situação de Arthur Fleck existem, e não falta quase nada para que essas pessoas se tornem ainda mais sociopatas. E ainda vai ter gente dizendo que isso é um horror, ou que é falta de seja lá o que essas pessoas pensem. Mas nossos problemas são reflexos de como as outras pessoas agem com a gente também.

Precisamos ter empatia e saber lidar sim uns com os outros, mas isso não deve ser algo apenas da boca pra fora. Agir com decência e compaixão também é um caminho.

Essa é minha opinião sobre como o filme retrata a sociedade atual. Não sou expert em nada sobre o assunto também, mas comparo com o que sei. Não espero que ninguém concorde comigo. E isso não é uma critica ao filme, e sim a trama principal que acho que deve ser um assunto discutido e reflexivo as pessoas.

Até a próxima. Um beijo da Jubs!



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