Voo Solo

by - abril 09, 2018

Foto: Google Imagens
Olá Queridos, tudo bem?
Hoje venho lhes contar uma de minhas maiores experiências da vida: Vida Adulta.

Durante essa semana, eu estava relendo um trecho de um dos meus livros preferidos da infância, o Fala Sério Mãe, da Thalita Rebouças. Estive percebendo que quando li esse livro pela primeira vez, aos 10 anos, eu não entendia de verdade nem a metade das coisas que o livro queria de fato contar. Minha análise de agora, aos 19 anos - não tão adulta ainda, mas tão responsável quanto muitas pessoas da minha idade -, é de que eu já estou de fato, me tornando uma adulta.

Durante a maior parte da minha vida eu sempre soube "me virar" muito bem sozinha. Sempre resolvi meus próprios compromissos e tarefas como gente grande. Creio que meu amadurecimento começou a se desenvolver mais ou menos aos meus 12 anos - claro que eu não era a pessoa mais madura do mundo, mas já havia vivenciado coisas demais nessa idade -. Mas após esse período, houve sim momentos em que tudo o que eu queria era que minha mentalidade se comparasse a minha idade real, e que eu pudesse fazer uma birra de adolescente, afinal, todos nós precisamos viver nossas fases cronologicamente, senão não aproveitamos todos os momentos da nossa vida.

Faz um ano que eu comecei a faculdade, e consequentemente assumi diversas responsabilidades diferentes, como: aprender a me sustentar com a pensão que meu pai me dá (incluindo gerenciar faculdade, despesas pessoais e emergenciais); e a me virar completamente sozinha. Desde que comecei a faculdade fui morar "longe de casa", longe do meu habitat natural, dos lugares que eu conhecia muito bem, e das pessoas que estavam sempre próximas de mim. Atualmente eu moro com uma prima não muito mais velha do que eu, então dividimos basicamente das mesmas experiências de se virar sozinha, como verdadeiras adultas.

Junto com as responsabilidades, vieram os problemas. Problemas comuns de adultos que eu achei que nunca fosse passar. Ou que não fosse ter que lidar nem tão cedo. Juro que nunca achei que fosse precisar retirar a cuba de uma pia do lugar. Ou simplesmente trocar a carrapeta de uma torneira ou apertar parafusos da porta do armário. Juro também que demorei a descobrir o que de fato era uma carrapeta, e como usar as ferramentas que eu só via o meu pai usar. Realmente a idade e as responsabilidades começaram a bater na porta da minha vida.

Além dos problemas técnicos, hidráulicos e etc, ainda há os problemas emocionais e pessoais. Todo mês bate aquele desespero de saber se vai dar para pagar todas as contas, se eu não vou ficar doente e precisar gastar aquele emergencial, se eu vou me dar mal na faculdade, ou se minha TPM vai me arrasar ou só ficar de boa. Isso sem contar a autoestima, os currículos não respondidos, e o período menstrual - que para mim, é a pior semana do mês -.

As pessoas ainda vivem me dizendo que é o sonho delas morar sozinha, porque não aguentam a mãe, o pai, o irmão, o avô, o cachorro e o papagaio. Mas acho que o mais duro nem é sentir falta de alguém, porque a família você ainda pode visitar; mas sim chegar da faculdade e não ter almoço pronto, ou aquela blusa que você queria usar ainda não foi magicamente de volta pro guarda-roupas, ou até mesmo a enorme pilha de louças não se lavou sozinha, nem os copos quebrados voltaram novos em folha pro armário. Nada mais acontece magicamente.

Mas se tem uma coisa que eu sinto imensa falta de verdade, é de ter meus avós por perto. Sempre convivi muito mais com meus avós do que com meus pais. Sou muito mimada por vó, sim! Atualmente, tendo pouco tempo para visitá-los, devido a distância e a faculdade, sinto muita falta de cada detalhe deles, e as vezes tudo o que mais meu coração anseia é poder deitar no colinho deles e pedir por aquele carinho. É incrível o que a saudade faz, pois as vezes tudo me lembra o jeitinho deles. Outro dia mesmo eu estava chateada pois tentei fazer tapioca - uma especialidade da minha vózinha -, e saiu parecendo uma placa emborrachada. Liguei para minha corôa chorando, implorando pela comidinha que só ela sabe fazer. Sem contar o chocolatinho de páscoa que minha avó me deu no auge da minha TPM, na última sexta-feira. Não vivo mesmo sem elas.

Tudo que passamos servem como aprendizagem para que possamos ser adultos, e depois idosos, vividos e cheios de histórias para contar e ensinamentos para se passar às gerações adiantes. E mesmo com todos esses sacrifícios e sofrimentos de passar pela fase adulta - que no meu caso, maior parte do tempo eu estou sozinha -, eu uso da minha paixão (que é escrever), para me desabafar dessas dores e recomeçar tudo de novo, como estou fazendo agora, depois de uma semana difícil. E também, compartilhar experiências com outras pessoas, para que saibamos como reagir diante dos problemas que surgem na nossa vida.

Mas agora eu quero saber de você, leitor, qual foi a fase mais difícil da sua vida? Compartilhe com as pessoas as decisões que você tomou, e como foi a experiência pra você. Estou curiosa em saber!

Bom, um beijo da Jubs, e até a próxima!


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